Passados 11 dias do início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros podem estar com os dias contados no cargo. Enquanto o governo federal age para punir os envolvidos nos atos extremistas do último domingo (8) e evitar novas invasões durante as manifestações desta quarta-feira (11), aliados do presidente já falam em renúncias no primeiro escalão.
Mesmo antes dos atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes, o nome de José Múcio Monteiro, ministro da Defesa, era questionado no núcleo próximo a Lula. Repercutiu mal entre aliados a fala de Múcio a respeito do acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. O ministro chegou a chamar o ato de "legítimo" e "democrático".
Somou-se a isso a reação de Múcio às ações antidemocráticas do último domingo, tida como sem agilidade nem firmeza entre interlocutores de Lula. No fim da noite de terça-feira (10), o deputado federal André Janones (Avante-MG) publicou em uma rede social que o ministro da Defesa entregaria a carta de renúncia nas horas seguintes. A informação foi desmentida pelo próprio Múcio pouco depois e gerou um novo mal-estar.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, Marco Edson Gonçalves Dias, também foi alvo dos mesmos questionamentos após os atos de vandalismo de domingo. De acordo com interlocutores, Lula teria ficado incomodado com a falta de ação dele. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) demonstrou preocupação e alertou sobre as manifestações marcadas para o domingo ao menos três vezes, mas nada foi feito.
Procurada, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República ainda não se manifestou.
Fonte: Tribuna do Norte